Faz tempo... desde meados do século 17, no período histórico conhecido como Renascimento, que o desenho foi escolhido como principal meio de representação de um projeto arquitetônico. Hoje ainda é assim, mas a forma de produzir e interagir com esse desenho mudou muito. Mais recentemente, sofreu uma verdadeira revolução ao ganhar mais uma dimensão: o 3D.
Novos softwares de arquitetura começam a substituir os tradicionais CAD – sigla em inglês para Computer Aided Design, ou Desenho Auxiliado por Computador. Para você ter uma ideia da importância dessa inovação, profissionais a comparam com a substituição da máquina de escrever pelo nosso hoje inseparável computador.
Miguel Aflalo é arquiteto coordenador da empresa Aflalo & Gasperini Arquitetos. Ele nos explica a diferença, antes e depois da mudança para o 3D: "Toda vez que você vai fazer um desenho novo no CAD, você refaz o projeto, que é baseado em linhas. Agora, com a tecnologia 3D, os programas trabalham com banco de dados". Assim, você gera informações em um grande banco de dados, que seria o modelo 3D, e consegue colocar informações relativa a custos e quantitativos, por exemplo. "Assim, você extrai desse banco de dados, só o que você quer", explica.
Este escritório é um dos primeiros no Brasil a trabalhar com esses novos softwares em 3 dimensões. Nos Estados Unidos, 60% dos profissionais da área já trabalham com o 3D há algum tempo. Apesar de ainda engatinharmos nessa nova tecnologia, o pessoal da arquitetura, por aqui, acredita que esta é uma mudança natural e é mera questão de tempo para que todo o mercado nacional passe a trabalhar assim: em 3 dimensões: "Não é uma discussão, em que colocamos em pauta se vamos ou não migrar. E, sim, quanto tempo vamos demorar para fazer isso", diz Miguel.
Aqui, eles começaram a trabalhar com o novo software 3D em 2008. A previsão é que até meados do ano que vem, todo o escritório já tenha abandonado os antigos programas. A vantagem do pioneirismo é que agora os frutos da implementação dessa nova tecnologia já começam a ser colhidos.
Miguel diz que os resultados já são visiveís. Segundo ele, já há um ganho no número de horas e na melhor visualização e controle do projeto, pois você tem mais pontos de vista, ou seja, consegue ver o projeto de várias formas.
Os benefícios dessa poderosa ferramenta não param por aí. Existem ganhos em todas as etapas do projeto. Com a visualização em 3D, o cliente tem uma noção muito maior e fiel do projeto. Além de o arquiteto ter a opção de levar o arquivo digital direto para o canteiro de obras. Aliás, um dos grandes benefícios da novidade está na construção: há uma diminuição drástica do desperdício – que hoje equivale a aproximadamente 5% do orçamento de qualquer obra.
"Você garante que a informação que está no projeto realmente vai funcionar quando a construção começar. Um tubo, por exemplo, não baterá em uma viga", Miguel explica. São esses tipos de acontecimentos que fazem com que o custo da obra vá para o "re-trabalho".
Essa nova tecnologia 3D na arquitetura é apenas a ponta do iceberg do que está prestes a surgir no mercado nos próximos anos. Em breve, tecnologias como a realidade aumentada e a presença virtual vão permitir, por exemplo, que você entre e conheça seu novo apartamento antes mesmo de ele começar a ser construído. Virtualmente, você estará dentro do projeto.
Aqui, separamos vários vídeos que mostram como essa realidade será. São imagens bem legais de interação com os projetos. Acesse e veja como você vai poder conhecer sua casa ou apartamento em detalhes, antes mesmo de eles ficarem prontos! Os links estão na página desta matéria.
Fonte: OlharDigital.com.br
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